Acho que cada fotógrafo tem o seu processo. Daniel Minor, um dos instrutores do workshop na Albânia, fala que cada fotógrafo tem uma “fisicalidade”, uma atitude corporal e de movimentação, que lhe é característica e que tem muito a ver tanto com a maneira que o fotógrafo aborda o seu objeto como com as imagens produzidas por ele.
Eu entendo que essa individualidade se manifesta em tudo que o fotógrafo faz, e ela esta sempre evoluindo na medida em que a experiência vai aumentando (e a idade também). Mas não confunda aquilo que eu defino aqui como meu processo como uma sequências de passos e metodologias que levam a um resultado final coerente e de sucesso de marketing. Pelo contrário. É uma muito mais uma combinação caótica, destemperada e sem sentido aparente de diversas ações intencionais na direção de uma reflexão, experiência ou simplesmente satisfação da minha curiosidade. A única coerência, se é que existe uma, é aquela imposta pelas condições materiais e factuais nas quais o meu processo se desenvolve. Por exemplo: água e óleo não se misturam em um papel de aquarela, mas azeite de oliva e vinagre podem ser combinados em uma ótimo tempero para saladas.
Acho que a metáfora é boa.
RR